Um espaço autônomo e de voz das mulheres. É desta forma que Daniela Alves da Silva - ou Dani - define o Slam das Minas, um movimento feito por e para as mulheres. O slam, assim como boa parte das manifestações artísticas contemporâneas, surgiu na Internet.
Ainda de acordo com a slammer, o grande sentido do grupo é a coletividade. "A gente tá entre a Igreja e o Estado, porque são dois instrumentos que o sistema capitalista se utiliza para oprimir a mulher, desde de tempos primórdios da História", define.
O local das manifestações, portanto, foi escolhido para refletir este objetivo. "A gente sabe o papel que a Igreja tem, o Estado tem, nessa opressão contra as mulheres. Então a gente escolheu a Praça da Matriz por ser simbólico. A Igreja, o Estado, a praça onde é a voz do povo. E o povo somos nós, homens e mulheres", classifica.
O número de pessoas envolvidas no Slam das Minas é variável: a divulgação dos encontros é feita exclusivamente por meio das redes sociais. No entanto, a organizadora do movimento garante que o engajamento com o público não é fator determinante para a realização do evento. "A gente não mede o Slam das Minas pelas pessoas que estão presentes ou se há ou não. A gente mede pela questão mesmo que é um espaço de voz", garante Daniele.
Além do desenvolvimento dos fatores de coletividade e criatividade ao longo das apresentações, Dani ressalta o poder de empoderamento que um movimento feminino impõe entre as integrantes. Apesar da temática livre presente no Slam das Minas, um adjetivo se sobressai às palavras da slammer: libertação. "Libertação. Seria muito 'libertação'. Tu poder ser quem tu é, tar ali pra dar tua cara a tapa, pra tirar o nó da garganta. Pra aprender a não chorar quando fala", conclui.
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